Carlos Latuff é da cidade do Rio de Janeiro nascido em em 30 de novembro de de 1968. É chargista, ativista e fã confesso de transporte ferroviário. Iniciou sua carreira em agência de propaganda em 1989, quando sua veia artística floresceu para charges ao fazer em 1990, seu primeiro trabalho político para o Sindicato dos Estivadores, em um de seus trabalhos junto aos sindicatos.
Com a explosão da internet e a facilidade de comunicação alternativa, Latuff encontra neste veículo, liberdade e incentivo para militar pelas causas dos excluidos e discriminados, Faz charges denunciando corrupção, violência, racismo, discriminações em geral. Trabalhou com o movimento zapatista que foi o que deu início a seu ativismo internacional. Em 1999 visita a Cisjordânia a convite de uma organização civil que viu um de seus desenhos na internet, ao conhecer em loco um dos assentamentos na faixa de Gaza, torna-se defensor da causa, dedicando seu trabalho a denunciar os abusos sofridos pelos palestinos. Artista engajado, ativista, Latuff é reconhecido dentro e fora do Brasil tendo sido o primeiro brasileiro a ter charges publicadas na Casa de Caricatura do Irã.
Por ser crítico aos poderes abusivos, estejam eles em qualquer lugar, o artista já foi detido duas vezes pela polícia do Rio pelos ácidos desenhos denunciando a violência e a corrupção policial. Foi ameaçado de morte por grupo ligado ao Likud, partido de extrema-direita israelense.
Na tentativa de silenciar, de ocultar a causa palestina; de desviar a discussão. A questão palestina nada tem a ver com judaísmo em si. Fossem chineses oprimindo palestinos, eu estaria criticando os chineses, certamente. Vou dar um exemplo de como o anti-semitismo é colocado a serviço do status quo. Você pode fazer, por exemplo, uma charge esculhambando o Bush. Você pode chamar o Bush de filho de uma Condolezza, sem nenhum problema. Vai ter reação, mas dificilmente alguém lhe chamará de racista. Você pode representar o Tony Blair como um macaco que ninguém vai lhe chamar de racista. Pode ser o Lula... Agora, se for o Ariel Sharon — e eu já fiz uma série de charges sobre ele, esculhambando mesmo porque o cara é um desgraçado, um assassino, é um dos carniceiros de Sabra e Chatila — fui chamado de anti-semita. Por quê? Porque o Sharon é judeu. Se o Ariel Sharon fosse cristão, não teria problema. Os sionistas, o Estado de Israel, não querem a solução do problema porque é importante que os palestinos sempre sejam vistos como inimigos. Assim eles justificam a grana, os bilhões de dólares que os Estados Unidos mandam para reforçar a máquina de guerra e o aparato de segurança de Israel. Carlos Latuff, em entrevista ao siteNova Democracia